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Fotogaleria: loucos são os outros
Há noites que ainda não aconteceram, mas sabemo-las especiais, sobretudo pelo que prometem, mas também pelas pessoas envolvidas. Foi o que aconteceu quando, no final de Abril, Alexandre Silva anunciou que ia ter como convidado do LOCO o chef japonês Zaiyu Hasegawa, do DEN, restaurante em Tóquio que ficou em primeiro lugar na lista do 50 Best Restaurants na Ásia e que tem ainda duas estrelas Michelin e uma estrela verde. Sem deixar que estes títulos pesassem, o encontro entre os chefs acontecia pouco depois, a 11 de Maio, motivado apenas pelo objectivo de passar um bom bocado. As expectativas cumpriam-se. “Se conheces o Alexandre Silva, conheces o Zaiyu”, dizia-nos um dia antes Koji Hanada, cozinheiro do DEN que acompanhou Zaiyu Hasegawa nesta vinda a Portugal e que serviu também como tradutor, já que Zaiyu fala apenas japonês, apesar de compreender algumas coisas em inglês. “Pensam da mesma forma”, garantia. Por coincidência, ou talvez não, nesse dia, ambos os chefs passavam uma mensagem nas t-shirts. Se na de Alexandre se exaltava a necessidade de se semear, na de Zaiyu declarava-se a vontade de ir pescar. “Eles não se preocupam apenas com os produtos, mas com os pescadores, os agricultores, os produtores. É preciso cuidar deles”, acrescentava ainda o jovem cozinheiro, com o aval de ambos. “O Zaiyu é um chef de quem me sinto perto. Tento ter a mesma filosofia. Eu conheci-o há dois dias, mas é um professor de há muitos anos, tenho lido o que diz, o que pensa e o que faz”, co

Frescas e boas: novas cartas para o Verão
Muda a estação e mudam, habitualmente, as cartas dos restaurantes. Entre pratos incontornáveis que se mantêm, surgem novidades, quase sempre frescas, não estivéssemos no tempo quente. Procurando olhar para os ingredientes sazonais, adaptando receitas ou reinventando por completo o cardápio, há muitos e novos pratos para provar, todos eles com tanta cor como sabor. Comida tradicional e do mundo, cozinha contemporânea e de chef, há de tudo nestes restaurantes em Lisboa (e aqui bem pertinho porque se há altura em que andamos com vontade de descobrir mesas é no Verão). Eis as novas cartas para o Verão. Recomendado: Os melhores novos restaurantes em Lisboa

Mestre e aprendiz da cozinha japonesa, Paulo Morais e Paulo Alves nunca estiveram tão próximos
São dez da manhã, a porta está encostada e quem passa na rua não suspeita que Paulo Morais já está em preparações atrás do balcão do seu Kanazawa, o restaurante japonês em Algés com apenas oito lugares e que no final de 2022 conquistou uma estrela Michelin. Quem o conhece, elogia-lhe a dedicação e o conhecimento, mas também a amabilidade, a mesma com que recebeu Paulo Alves, chef do Kabuki, igualmente estrelado na última Gala Michelin, em Espanha, para uma conversa descomprometida. Se um dispensa apresentações, o outro só agora começa a dar nas vistas, apesar de já não ser um novato na cozinha. Mesmo assim, sempre que se dirige a Paulo Morais, Paulo Alves não hesita em tratá-lo por “chef Paulo”. “É uma pessoa que eu respeito bastante e há-de ser sempre o meu chef”, justifica. Não é o único a pensar assim. Quando, em Novembro, Paulo Morais subiu ao palco em Toledo para receber a jaleca oficial do Guia Michelin, não tardaram os elogios e a constatação do justo reconhecimento que, para muitos, até já devia ter chegado há mais tempo. Paulo Morais fica lisonjeado com as reacções, mas não pensa bem assim. “A estrela não é uma consagração do trabalho, para isso existem prémios de carreira”, defende. Distinção que também conquistou, entretanto, nos prémios Mesa Marcada, o site de gastronomia de Duarte Calvão e Miguel Pires. Lembramos-lhe precisamente isso. “Eu disse prémio de carreira e depois fiquei a pensar que não devia ter dito”, brinca. E esclarece: “[Ter uma estrela] nunca foi

Escapadinhas gastronómicas que valem a viagem
Estão fora dos grandes centros urbanos, longe muitas vezes também das atenções mediáticas, percorrendo um caminho habitualmente mais difícil. São restaurantes que valem qualquer viagem, promovem a região, os seus produtos e produtores. O caminho pode ser longo e demorado, mas estas escapadinhas gastronómicas valem muito a pena e provam que quando é para se comer bem não há desvios. Há restaurantes com estrelas Michelin e chefs com ambições astronómicas, há comida de conforto e fine dining surpreendente. São programas para um dia ou para se deixar levar e ficar, quem sabe não acaba a descobrir outras boas paragens à mesa. Recomendado: Os melhores novos restaurantes em Lisboa

Os melhores novos restaurantes em Lisboa
As novidades na restauração multiplicam-se de tal forma que, à medida que damos conta dos restaurantes que abriram nos últimos meses, novas mesas já nos esperam. Entre os espaços que ainda cheiram a novo há restaurantes de alta-cozinha, comida democrática e street food, refeições para qualquer hora do dia, do pequeno-almoço ao jantar, pratos daqui e do mundo. Fazemos-lhe um guia com os melhores novos restaurantes em Lisboa, abertos nos últimos meses. Não se deixe sentir desactualizado e marque já uma mesa – é só escolher o que mais lhe apetece hoje. Recomendado: Os melhores novos brunches em Lisboa

As novas esplanadas em Lisboa para o Verão
Os dias são quentes e longos, e as noites não arrefecem. Bebe-se um copo (e outro e outro) e acabamos a jantar. Se é verdade que Lisboa tem mais de 230 dias de sol por ano, é igualmente verdade que o verbo esplanadar (inventado por nós há muito tempo) se conjuga melhor nesta época do ano. Não por acaso, há muitas e boas novidades. Seja para comer ou apenas para beber um copo, estas são as novas esplanadas em Lisboa que prometem animar o Verão. Tome nota porque a vida é demasiado curta para os desperdiçar numa esplanada má. Recomendado: 20 restaurantes abertos ao domingo em Lisboa

20 restaurantes abertos ao domingo em Lisboa
É, de forma muito justa, o dia habitual de descanso de muitos negócios na restauração – afinal, todos merecem uma pausa digna. Ainda assim, são muitos os restaurantes abertos ao domingo. Apontamos 20, mas podiam ser mais – e talvez venham a ser. Queremos, por agora, que não se afunde numa lista interminável. Dos brunches às mariscadas, da comida do mundo à tradicional portuguesa, há muito por onde escolher. O ideal, porém, é que faça reserva porque já foi mais fácil conseguir uma mesa na cidade. Eis 20 restaurantes abertos ao domingo em Lisboa. Recomendado: Dez brunches buffet para aproveitar sem culpa

Não há restaurantes sustentáveis
Pode um restaurante ser sustentável quando na cozinha não se dá vazão ao plástico, aos sacos de vácuo ou à película aderente? Quando grande parte do seu produto vem de uma grande superfície ou de países longínquos? Quando se desconhece a origem e a forma de produção? Ou quando se paga miseravelmente a quem ali trabalha, forçando a uma sobrecarga horária? A resposta é fácil: não. Mais difícil é combater a desinformação, deslindar as boas práticas, desmascarar o marketing e não ceder ao greenwashing. Essa responsabilidade tem de caber a todos, a quem cozinha e a quem se senta na mesa de um restaurante, a quem produz e a quem comunica, a quem gere e a quem premeia. A sustentabilidade parece vender, ou pelo menos seduzir, mas nem todos os restaurantes que se dizem sustentáveis, sazonais ou biológicos seguem as práticas mais verdes. Ainda assim, há quem se esforce realmente por fazer mais e melhor, de restaurantes com estrela Michelin a projectos mais pequenos, ainda que o caminho seja tantas vezes tortuoso – e até frustrante. “Hoje em dia, anda toda a gente com a sustentabilidade na boca, mas do que é que estamos a falar quando falamos de sustentabilidade? E por que é que falamos em termos absolutos? Por que é que falamos num restaurante que é sustentável e não falamos de um restaurante que é mais sustentável?” As perguntas são de Rui Catalão, que com Maria Antunes criou os Kitchen Dates, uma espécie de alter-ego do casal que mudou de vida para se dedicar, em termos simples, à li

José Avillez: “Se um dia me cansar de cozinhar, que tenha coragem de o assumir e partir para outra”
É o chef português com mais estrelas Michelin, com duas a chegarem de rompante no último ano, primeiro à Tasca, no Hotel Mandarin Oriental Jumeira, no Dubai, e depois ao Encanto, no Chiado, mesmo ao lado do Belcanto, onde há muito se espera a terceira estrela – essa é que ainda tarda. Está na liga dos grandes nomes da gastronomia mundial, mas garante que mantém os pés na terra, até porque nunca se imaginou onde está hoje, mas antes num pequeno restaurante de bairro em Cascais. José Avillez prepara-se agora para abrir mais um restaurante, em cima do mar, em pleno Guincho. O Maré, assim se vai chamar, está pronto há muito tempo, preso apenas por burocracias. Em Maio, começa a receber clientes. Mariana Valle Lima 2022 acabou da forma que tinha previsto?Foi um ano muito bom, que marca a saída da pandemia e por isso também de uma crise para a restauração e para muitas outras áreas. É um ano em que também, infelizmente, começa uma guerra, que ainda se mantém… Acho que hoje não podemos ter só a preocupação connosco, temos de olhar um bocado à nossa volta. Há esse lado dramático e por isso não posso dizer que tenha acabado exactamente como quero. Pensando na perspectiva da restauração e da recuperação económica deste sector, acho que foi bastante bom e bastante melhor, pelo menos, do que 2021 e 2020. O suficiente para fazer esquecer os dois anos de pandemia?Eu acho que esquecer, esquecer não faz, porque é algo que causou um impacto muito grande, mas lembro-me de poucas coisas más.

Miguel Rocha Vieira: Lisbon at last
This article was published on Lisbon by Time Out newspaper, January 2023 edition. There are those who will highlight his bad temper, who remember him from television when he was one of the faces of MasterChef Portugal, but not so many would have tasted his dishes, being that Miguel Rocha Vieira made his career practically outside the country. Coming to Fortaleza do Guincho in 2015 could have dictated his return, but three years later he was back in Budapest full time, with the added honour of being the only Portuguese chef with three Michelin stars (Fortaleza do Guincho in Cascais, Costes and Costes Downtown in Budapest). It wasn't that long ago, but it already feels like another lifetime. José Avillez is now the Portuguese chef with the most Michelin stars (he has two at Belcanto, one at Encanto and one at Tasca in Dubai), while Miguel Rocha Vieira has stripped himself of everything in order to get back to basics. Hungary is part of his past. The present is in Lisbon, more specifically at Doca da Marinha, where he has three kiosks, is about to open a restaurant and has a space for events. Francisco Romão Pereira / Time Out "When I came to Guincho I thought: I'm not moving from here. It's my place, I'm home. I thought I would never leave, but life takes many turns and the truth is that after three years I went back to Budapest and it was clear that if I was going to leave it would have to be for something serious," he says, relaxing on the terrace of one of the kiosks t

Restaurantes em Lisboa para o domingo de Páscoa
No domingo, os brunches e almoços fartos, com folares e muitos ovos, não estão reservados a quem acredita em milagres. Apontamos-lhe as mesas que nem os ateus vão querer perder. Dos menus mais tradicionais, com perna de borrego e cabrito assado acabando nos folares e nas amêndoas, às reinterpretações mais livres, há várias opções, muitas delas perfeitas para um programa em família – e nem as famosas caças aos ovos foram esquecidas. Dê descanso à sua cozinha nesta quadra e escolha um destes restaurantes em Lisboa para o domingo de Páscoa. Recomendado: Enoturismos para escapar nesta Páscoa

Três sítios para comprar pão de ló em Lisboa
Ovos de chocolate, folares e amêndoas, muitas amêndoas. A gulodice entusiasma-nos, mas falta aqui qualquer coisa para compor a mesa de doces da Páscoa. É o pão de ló, com certeza! Mais ou menos seco, com mais ou menos ovos, para comer à colherada ou com as mãos, o pão de ló é uma tradição portuguesa absolutamente obrigatória para a quadra. No Norte é mais fácil de encontrar nas confeitarias, mas em Lisboa também existem lojas onde pode encomendar o seu. Deixamos-lhe três, para garantir que nada falha no próximo domingo. Recomendado: Coisas para fazer no Domingo de Páscoa em Lisboa
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FeelViana Hotel
O mar fica de um lado, o rio do outro e a montanha é a paisagem de fundo. No novo hotel de Viana do Castelo, há tanto de aventura e desporto, como de tranquilidade e paz. Parece antagónico, mas é mesmo verdade. No FeelViana Hotel, apetece tanto pegar numa bicicleta, ou numa prancha, como ficar na sala, ou no quarto, a ler uma revista. É o melhor dos dois mundos. As praias do Norte têm fama de serem frias e estarem sempre na mira do vento, mas há quem veja nisso uma mais-valia. Para qualquer praticante de kitesurf ou windsurf, a Praia do Cabedelo não é desconhecida. “É uma das melhores”, diz-nos José Sampaio, o CEO do hotel. E sabe do que fala: sempre passou férias na zona para poder exactamente aproveitar o que a praia lhe oferece. Natural de Guimarães, José Sampaio percebeu o potencial da zona e daquele espaço em específico, um pinhal com acesso à praia, mas também perto do rio, da montanha e do centro de Viana do Castelo. “Há melhor?” Na zona não havia, de facto, nada do género e no país, com estas condições, provavelmente também não. Não é de estranhar por isso que desde que abriu portas em Maio, este hotel tenha tido sempre uma taxa de ocupação acima da média na região.

White Exclusive Suites & Villas
Verdade seja dita: não há quaisquer fotos que façam justiça ao White Exclusive Suites & Villas. Constatamos isso mal entramos neste novo hotel da ilha de São Miguel. A porta abre-se para nos receber e a primeira coisa que salta à vista é o mar. Umas portas largas em vidro, numa parede de pedra antiga, são o cartão de boas-vindas. De tal forma que nem fazemos o check-in. Pousamos as malas para seguir o caminho do mar e descobrimos então um terraço de suspirar: uma piscina que parece abraçar o Atlântico, espreguiçadeiras e mais sofás. Há nove suites e uma villa, que tem um terraço próprio com um jacuzzi, também ele em cima do mar. Não há quartos iguais, mas todos eles são espaçosos, equipados com uma kitchenette e, mais importante, todos virados para o mar. Os quartos do primeiro andar têm todos varanda, os que ficam em baixo têm um terraço enorme. O nome não é por acaso: todo o hotel – instalado num antigo solar que, raza a história, era uma casa de férias integrada numa propriedade de produção vinícola – é branco.

Taquería Patrón
Chama-se Taquería Patron e abriu em Julho no espaço do antigo Etílico, bar que ficou famoso nos últimos anos pelas festas gay. Carlos Mañe veio de propósito do México para assumir a cozinha da Taquería Patron e a carta é toda da sua responsabilidade e como o nome indica, os tacos são a especialidade. Há de porco, vaca, frango. Ou, devíamos dizer cochinita, lomitos e pollo? Os preços rondam os 8 euros para um prato com três tacos.

Dolce CampoReal
Três restaurantes, um bar, um spa, uma piscina interior e outra exterior (com um jacuzzi de água aquecida), um campo de golfe, campos de ténis e de futebol, um espaço de actividades para os miúdos, quartos espaçosos e até apartamentos. Sim, estamos a falar de um hotel de grandes dimensões, propício até a alguma confusão, mas não se assuste já porque há espaço para tudo e todos. “Conseguimos conciliar tudo”, garante Patrícia Silva, marketing manager do hotel, explicando que é habitual receberem grupos durante a semana e casais e famílias ao fim-de-semana.
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Em Setembro, o Congresso dos Cozinheiros discute o tempo e a idade
É um momento de reflexão, mas também de descontracção e encontros num sector que vive constantemente em pressão. A 19.ª edição do Congresso dos Cozinheiros está marcada para os dias 24 e 25 de Setembro, no Nirvana Studios, em Oeiras, e terá como tema “O Tempo e a Idade”. Alexandre Silva (LOCO, FOGO), Vasco Coelho Santos (Euskalduna Studio), Diogo Formiga (Encanto) e Alana Mostachio (VDB Bistromanie) são alguns dos nomes já confirmados. Em comunicado, a organização liderada por Paulo Amado, responsável pelas Edições do Gosto, escreve que se vai falar “de pessoas da gastronomia em Portugal que deixaram uma herança para a geração actual de cozinheiros e pasteleiros”. “O tempo e a idade são temas de todos os seres humanos. O tempo é o compasso que marca tudo o que nos rodeia. Já a idade, uma inevitabilidade. São conceitos que se conectam e em que, esperançosamente, há uma progressão que é conjunta. Nos alimentos, nas técnicas e nos equipamentos não é diferente. De que forma o tempo e a idade afectam os produtos e a sua progressão? E, sendo importante aceitar o novo, é crucial compreender o passado para trilhar um caminho futuro”, lê-se na nota de imprensa. Em discussão, entre vários painéis, e na voz dos próprios protagonistas estará a “aprendizagem, o percurso profissional, a gestão de carreira e de vida pessoal e profissional e a saúde mental”. À semelhança do que tem acontecido nas últimas edições, a programação divide-se, essencialmente, por dois palcos, um deles mais dedic

Bar Boca e Rosetta’s: dois restaurantes improváveis em zonas suspeitas
À primeira vista, poder-se-ia dizer que estamos perante dois bares de vinhos, com pinta e onde é possível também comer alguma coisa, mas a carta denuncia. É mais do que isso. Não há pratos batidos, nem vinhos escolhidos ao acaso. Não abriram à procura de um público fácil, apesar de estarem em dois dos mais movimentados bairros de Lisboa. Seja no Bar Boca, em Alfama, com um menu completamente vegan, ou no Rosetta’s, no Bairro Alto, com uma oferta mais abrangente, o objectivo é servir e agradar a quem gosta de comer bem. Francisco Romão PereiraBar Boca, em Alfama “No início tivemos dificuldade em perceber o que era. Começámos com um bar de vinhos e depois evoluímos para um restaurante porque a procura era imensa, ninguém vinha só para beber”, diz Ugne Kris, gerente dos dois sítios, vinda do restaurante SEM, explicando que tudo começou com o Bar Boca, há cerca de um ano. O chef é Elliott Jones, canadiano a viver em Lisboa, depois de algumas aventuras pelo mundo. Dos jantares privados decidiu arriscar num espaço próprio, uma aposta, até ver, ganha, já que hoje já são dois os restaurantes. Hoje, já não há dúvidas do que se tratam. “É um restaurante a 100%”, aponta Ugne. Francisco Romão PereiraRosetta's, no Bairro Alto O Rosetta’s “é o segundo bebé”. Abriu na Rua da Rosa, epicentro do Bairro Alto, há cerca de três meses. “O conceito do restaurante é literalmente tapas para partilhar para todos os que gostam de boa comida com ingredientes portugueses e um pouco de twist”, cont

Belcanto de Avillez é o 25.º melhor restaurante do mundo, o Peru encabeça a lista
Os rumores e as apostas já permitiam antever que a noite seria feliz para o casal Virgilio Martinez e Pía León, chefs do Central, restaurante em Lima que se tornou numa verdadeira embaixada gastronómica do Peru. Esta terça-feira, em Valência, foram eles os reis da festa da cerimónia dos 50 Best Restaurants, destronando o domínio nórdico dos últimos anos (em 2022 foi o Geranium o número um e em 2021 foi o Noma, ambos em Copenhaga). Do lado de Portugal, destacou-se José Avillez, única presença portuguesa entre os 50 melhores do mundo desde 2019. Desta vez, o Belcanto ascendeu ao 25.º lugar. No segundo lugar ficou o Disfrutar, em Barcelona, do trio Oriol Castro, Eduard Xatruch e Mateu Casañas, seguindo-se na terceira posição o DiverXO, em Madrid, de Dabiz Muñoz. Sobre o Central, que no ano passado tinha ficado em 4.º lugar, aplaudiu-se o trabalho único feito à volta da biodiversidade do Peru. No seu menu de degustação, cada prato corresponde a um ecossistema, do mar às montanhas dos Andes. “À medida que o conceito do Central se desenvolveu ao longo dos anos, o menu evoluiu de forma a levar os comensais a 15 ecossistemas peruanos diferentes, categorizados por altitude – dos 15 metros abaixo da superfície do Oceano Pacífico a 4200 metros de altitude nos Andes. Cada prato reflecte a origem dos seus ingredientes”, lê-se no site dos 50 Best Restaurants, concorrentes fortes do Guia Michelin, sobre o restaurante de Virgilio Martinez e Pía León. “Dá-me muito prazer partilhar a lista do

Belcanto, de Avillez, mantém-se entre os 50 melhores restaurantes do mundo
Num ano em que pouco se viajou e os restaurantes estiveram fechados durante algum tempo por todo o mundo, poder-se-á dizer que houve poucas surpresas na lista The World’s 50 Best Restaurants, revelada esta terça-feira em Antuérpia, na Bélgica. Portugal continua apenas representado pelo Belcanto, de José Avillez, que se manteve na 46.º posição – lugar a que ascendeu em 2019 quando subiu 33 lugares. No ano passado, por causa da pandemia, a cerimónia acabou por ser adiada. O Noma, que ainda há pouco tempo valeu a René Redzepi a terceira estrela Michelin, foi considerado novamente o melhor restaurante do mundo. Em segundo lugar ficou outro restaurante de Copenhaga, o Geranium, que tem Rasmus Kofoed aos comandos da cozinha, seguido do Asador Etxebarri, em Atxondo, do chef basco Victor Arguinzoniz. No Instagram, José Avillez agradeceu a distinção, alongando-se um pouco mais na página do seu restaurante. “O Belcanto está na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo. Que esta distinção ajude Portugal a reforçar a sua posição enquanto destino turístico e gastronómico de excelência e dê ainda mais destaque à gastronomia portuguesa”, lê-se na publicação. Já em Setembro, o chef tinha sido reconhecido nos prémios The Best Chef como um dos melhores chefs do mundo – lista ainda longe de ter o impacto deste The World’s 50 Best Restaurants ou do Guia Michelin. José Avillez esteve em Antuérpia com David Jesus, o seu braço direito no Belcanto. Já esta quarta-feira, em comunicado, o chef congr

A barra do Praia do Parque ganhou um novo salero
Se para muitos a saída de Lucas Azevedo da barra do Praia no Parque foi uma surpresa, João Arnaut, um dos sócios do restaurante do Parque Eduardo VII, revela que esta fazia parte dos planos. “Basicamente, o conceito é uma barra itinerante, que vai mudando de x em x tempo”, explica. O sushi e o menu omakase, onde cada refeição seguia um ritual, deram lugar a um balcão mais descontraído e descomplicado, ideal para beber uns copos e picar qualquer coisa – e até uma girafa de grandes dimensões entrou no cenário. Arlei Lima “Fechou-se um ciclo e quando se fecha um ciclo criam-se novas oportunidades”, diz João Arnaut. “Basicamente, invertemos um bocadinho aquela lógica mais formal e mais demorada que tínhamos na barra para uma coisa mais fun, mais de convívio, mais divertida, mais light”, continua. A inspiração sopra agora do Sul da Europa, “principalmente de Portugal, Espanha, Itália”. “Uma cozinha que tem um lado social bastante claro, bastante definido. Mete copos, é rápida, é fácil.” Mas nem por isso menos cuidada. A qualidade do produto, sem grandes invenções, é o foco. Arlei LimaAmêijoas à Bulhão Pato “Não é monoproduto, mas é quase. O presunto é intocável, as amêijoas são o que são, não há uma grande transformação, grandes molhos, grandes processos na cozinha, para que o produto prevaleça”, aponta o responsável. As amêijoas são à Bulhão Pato (17€), há ostras (9€/três), gamba da costa (21€/200 g) e percebes (24€/200 g), porém a grande aposta são os crostinis, pequenas tos

No Anfíbio, Miguel Rocha Vieira criou um restaurante com personalidade e atitude
Foram meses de antecipação, com promessas de novidades para breve sem que isso se pudesse cumprir, até que Abril trouxe a notícia: o Anfíbio de Miguel Rocha Vieira abriria finalmente portas. Aconteceu devagar, no final desse mês, e foi acelerando. Não se pode dizer que já esteja em velocidade de cruzeiro, mas para lá caminha. Depois da espera, em busca da perfeição, o chef não quer dar um passo em falso. Segue firme com uma carta curta, mas diferente, e um restaurante todo envidraçado mesmo em cima do rio, com 130 lugares, que já começa a dar que falar. Francisco Romão Pereira “Cheguei à conclusão de que nunca vai ser como idealizamos e como queremos, se estivéssemos nessa espiral não estávamos abertos hoje”, diz Miguel Rocha Vieira, sentado num dos três quiosques que, a par do Anfíbio, constituem a Doca da Marinha, entre o Terreiro do Paço e Santa Apolónia. “Foi muito importante abrir. Não está perfeito, longe disso, também não sei se algum dia estará, nem sei se existe a perfeição, mas está a correr bem. Temos feito progressos, vemos a malta a trabalhar contente e com orgulho do que faz e o mais importante tem sido o feedback bastante positivo dos clientes”, resume o chef, dias depois de termos almoçado no Anfíbio (o nome deve-se ao facto de o edifício, projectado por Carrilho da Graça, ficar em parte dentro de água). Francisco Romão PereiraMiguel Rocha Vieira (dta.) na cozinha Miguel Rocha Vieira não faz por menos. Quem o conhece e acompanha sabe que é ali, junto ao T

No Guincho, José Avillez está em casa com um restaurante tão contemporâneo quanto tradicional
Foram anos e anos ao abandono, um mono à beira-mar, em plena estrada do Guincho. Foi palco de treinos ao ar livre, piqueniques e sessões fotográficas, mas também alvo de pichagens e vandalismo. O Raio Verde é hoje o Maré, restaurante de José Avillez, finalmente em funcionamento. A carta aposta na contemporaneidade, homenageando ainda assim a tradição. “Eu também nunca tinha estado tanto tempo com um restaurante por abrir, principalmente num sítio em que milhares de pessoas o vêem. Tinha-se criado uma grande expectativa para a abertura”, começa por dizer José Avillez, confessando que o atraso, nos últimos tempos devido principalmente a burocracia, acabou por ser a melhor publicidade. “As pessoas foram acompanhando as obras, depois já espreitavam pelos vidros… Foram três anos disto. De repente, começaram a ver luzes à noite e pessoas a movimentarem-se lá dentro e começaram, nesta recta final, a ganhar mais interesse”, conta o chef. Francisco Romão Pereira Pronto ainda antes da pandemia, foi preciso esperar por Maio para que o Maré pudesse finalmente abrir portas. Em Dezembro, com o restaurante ainda vazio, José Avillez dizia-nos que nunca tanta gente lhe tinha perguntado por um projecto como por este restaurante à beira-mar. “Inclusive já tive mais de dez propostas de compra, investidores que querem comprar o restaurante. Não está à venda”, revelava. Agora, com as mesas cheias e o Maré repleto de vida, respira de alívio mais do que cede à pressão e à expectativa de quem chega

Gala Michelin em Portugal acontece no Algarve em Fevereiro
Já corriam rumores de que seria assim, mas esta sexta-feira chegou a confirmação: a primeira gala do Guia Michelin Portugal está marcada para o dia 27 de Fevereiro do próximo ano no NAU Salgados Palace & Congress Center da Guia, em Albufeira. É a primeira vez que Portugal e Espanha têm eventos separados e esta tinha sido uma das grandes novidades da última gala. Se em Espanha a gala que anuncia os restaurantes que conquistam as estrelas Michelin se mantém no final do ano – 28 de Novembro, em Barcelona –, em Portugal é preciso esperar até Fevereiro para se saber que novidades traz o guia, uma escolha de datas que divide o meio. O anúncio foi feito esta manhã numa conferência de imprensa em Faro e que contou com o apoio do Turismo do Algarve e do Turismo de Portugal. VICO.UGHETTONuno Ferreira, responsável de Relações Institucionais da Michelin Portugal Em comunicado, a Michelin aponta o Algarve como “uma das regiões ícone de Portugal”, “um dos destinos gastronómicos de referência na Europa, com uma vasta riqueza culinária que atrai inúmeros amantes da gastronomia, provenientes de todos os cantos do mundo”. Os chefs Koschina Dieter, do restaurante Vila Joya (duas estrelas Michelin), e Rui Silvestre, do restaurante Vistas Rui Silvestre (uma estrela Michelin), vão ser os coordenadores gastronómicos do evento, o que significa que serão eles os responsáveis pelo jantar da gala, onde se prometem “alguns pratos e produtos emblemáticos da gastronomia lusitana”. “A riqueza turística,

O Ramiro chegou à Glovo e até ao final de Junho a entrega é grátis
É um clássico da cidade no que toca a marisco e isso é também a explicação para as filas (às vezes intermináveis) à porta. Nos últimos anos, porém, o Ramiro tem vindo a modernizar-se. Tem, por exemplo, um sistema de senhas à porta e um serviço de entregas ao domicílio. Agora, a cervejaria chega também à Glovo. Fotografia: Arlindo Camacho Dos percebes aos lagostins, das amêijoas à sapateira, tudo dá fama à casa, muito procurada também por chefs e profissionais da área. “Mais do que um restaurante, a Cervejaria Ramiro é uma instituição, uma parte da história de Lisboa. É uma das referências da cidade que prima pela qualidade da comida, sempre fresca e bem confeccionada”, destaca em comunicado Joaquín Vázquez, general manager da Glovo em Portugal. “É uma parceria muito desafiante, pois vamos garantir que clientes já habituais, mas também novos, possam usufruir dos sabores inconfundíveis da cervejaria no conforto das suas casas”, acrescenta ainda. Para celebrar a parceria, até 30 de Junho a taxa de entrega é oferta – e nem o famoso prego de bife do lombo, pedido habitualmente como “sobremesa”, ficou de fora do menu disponível na Glovo. + Forno D’Oro é uma das melhores pizzarias da Europa e o segredo está à vista de todos + O salame de chocolate d’O Lisboeta ganhou uma casa na Embaixada

Miss Dumpling: um convite a comer dumplings como na China
O espaço é pequeno, cabem pouco mais de 20 pessoas, mas ainda assim é maior do que a banca em que se mostraram tantas vezes no Mercado de Produtores da Comida Independente. O Miss Dumpling é, hoje, um restaurante, depois de ter começado como tantas histórias recentes: na pandemia, quando o mundo como o conhecemos se fechava. Nem Hélder Beja nem Song tinham experiência na restauração, mas quando tudo parecia falhar, que não falhassem os dumplings que tanto gostavam de comer. Francisco Romão Pereira “Quando começámos há cerca de três anos, vivíamos juntos e, como era difícil sair, comíamos em casa, e de vez em quando o Hélder dizia: ‘Temos dumplings? Tenho saudades de dumplings’”, começa por contar Song, chinesa a viver em Portugal há cerca de dez anos, depois de muitas aventuras fora do seu país. Já Hélder trocou Macau por Lisboa em 2019. “Comemos tantos dumplings nesse ano”, ri-se Song, contando o episódio que viria a mudar tudo. “O novo ano chinês estava a chegar e é tradição oferecermos alguma coisa à família e aos amigos, mas não tínhamos onde comprar. Lembrámo-nos que talvez pudéssemos oferecer dumplings. E eles adoraram”, recorda. “E ele [Hélder] disse: ‘Se os meus amigos adoraram, talvez outras pessoas adorem também’. E começámos, então, a vender no Instagram.” O que se seguiu foi um sucesso inesperado. Song admite ter subvalorizado o que tinha em mãos, ou as suas próprias mãos, já que é tudo feito por si com as receitas da família. “Eu achei que as pessoas gostassem

Nobu chega a Portugal com hotel e restaurante na Avenida da Liberdade
É o restaurante das celebridades nos Estados Unidos. Do clã Kardashian aos grandes nomes de Hollywood e da música, como Leonardo DiCaprio, Beyoncé e Jay Z, não há quem não pare neste restaurante japonês de fusão, em especial o de Malibu, em Los Angeles. Fundada pelo chef Nobu Matsuhisa, o actor Robert De Niro e o produtor de cinema Meir Teper, a marca continua a expandir-se pelo mundo e anunciou a chegada a Portugal. Os rumores já se faziam ouvir, mas agora chegou a confirmação: é na Avenida da Liberdade que o Nobu vai abrir um hotel e restaurante. “Estamos entusiasmados por abrir o nosso primeiro hotel e restaurante em Portugal, e é apropriado que Lisboa seja a nossa primeira aventura no destino. Com a sua história rica, a cena gastronómica vibrante e a impressionante arquitectura neoclássica, Lisboa é o destino ideal para a nossa marca”, anunciou em comunicado Trevor Horwell, CEO da Nobu Hospitality. Nobu O grupo não refere, porém, a data prevista da abertura, mas é provável que não aconteça antes de 2025, uma vez que já estão anunciados os hotéis em Telavive e São Paulo, em 2024, e Hamburgo, em 2025. A funcionar em pleno, o Nobu tem já 17 hotéis, quatro deles em Espanha (Barcelona, Ibiza, Sevilha e Marbella). E espera abrir, além de Lisboa, Telavive, São Paulo e Hamburgo, mais 15 unidades. “Estamos ansiosos por levar a marca Nobu para Lisboa como parte da nossa estratégia de crescimento em Portugal”, acrescenta na mesma nota Trevor Horwell, que no LinkedIn destacou a es

Black Pavilion e 2 Monkeys: eis os dois restaurantes de Vítor Matos em Lisboa
Apesar de bem distintos, os dois novos restaurantes de Vítor Matos em Lisboa, no hotel Torel Palace Lisbon, partilham mais do que se possa imaginar, a começar desde logo pelo chef residente, Francisco Quintas. Os dois querem ser descontraídos, mas o menu e o serviço não podiam ser mais diferentes. Se o Black Pavilion pode ser um restaurante para todas as horas, o 2 Monkeys é especial – abre apenas cinco vezes por semana, ao jantar, com um menu de degustação que não se anuncia. Aponta para as estrelas Michelin, mas Vítor Matos, que já tem uma no Antiqvvm, no Porto, não tem pressa, nem quer essa pressão, pelo menos por agora. Arlei LimaFrancisco Quintas “Se gostávamos de ganhar a estrela este ano? Gostávamos. Mas que é impossível, é. Este ano não vamos pensar nisso. Pensamos no próximo ano. Abrimos agora, não temos tempo suficiente”, diz-nos a meio de um jantar que se prolongou no tempo. O facto de estar a apresentar o 2 Monkeys a jornalistas contribui, obviamente, para que a refeição demore, mas não é só isso. Vítor Matos quer receber os clientes como quem recebe amigos em casa. Não por acaso, o restaurante, que nasceu no lugar da Cave 23, tem apenas 14 lugares, distribuídos por um grande balcão que contorna a cozinha. “É um projecto pequeno com uma interacção com o cliente muito grande. Todo o empratamento, a montagem, a explicação, é feito à vossa frente. É um projecto super diferente. É alta cozinha descomprometida”, define Vítor Matos. “Acima de tudo queremos divertir-n